Belo Horizonte, 22 de março
Foi simples assim: Eu te amei sem motivo e sem razão. Usando as suas
palavras, você com o seu jeito conseguiu preencher cada cantinho do meu
coração.
Penso que o sentimento mudou porque nós também mudamos em vários aspectos.
Arriscamos novos desafios, deixamos alguns sonhos para trás, projetamos novas expectativas,
investimos nossa confiança em novos trabalhos, assumimos outras
responsabilidades.
E Ao te ver sinto que esse amor está congelado, é como se estivesse guardado
em uma caixinha no fundo de um freezer, na esperança de que um dia eu possa
descongelá-lo e ele possa tomar conta de mim.
Li em algum lugar que congelar as coisas pode ser perigoso. Elas podem
perder o sabor e ficar um pouco assim... sem graça. Mas recongelar pode ser
pior. Estraga mesmo e nunca volta a ser igual. Devemos congelar somente por um
determinado tempo e saber a hora certa de retirar do freezer.
Imaginar que nosso carinho e amor já estivesse perdendo o sabor e a graça ma
dava muito medo. Agora tenho a certeza que ele está vivo e não congelado como
imaginei. Mas sei que ele, assim como nós, também mudou. Mudou para melhor e
afirmo isso com muita tranquilidade. Tudo que era bom cresceu: a tranquilidade,
o carinho, o respeito, a admiração. Mas cresceu também a distância, a saudade e
a correria. O bom que, ao contrário dos primeiros citados, esses últimos podem
sempre diminuir.
Poder te carregar nos momentos mais difíceis e de dúvida era o que eu
queria. Assim como também ter o seu colo e dividir com você as minhas angustias.
Espero que possamos continuar sempre assim, sem precisar congelar nada. Sentindo
o sabor desse sentimento que muda sim, mas muda sempre para melhor.
Flávia Cartacho
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